Este artigo discute os elementos que estão na base do processo educativo nos liceus em contextos de pobreza, analisando as implicações da «representação social» que os professores têm de seus alunos neste processo. Esta investigação aponta uma primeira pista: de que a forma que os professores se representam a seus alunos é determinada pelas normas e pelo papel que a instituição escolar lhes atribui. Porém, o liceu de hoje é uma instituição no sentido clássico do termo? As ferramentas com as quais este quadro institucional dota o corpo docente lhes permite resolver as tensões que a prática lhes apresenta? Ao que parece, a massificação, com a inclusão de um novo público escolar, passa a questionar as bases mais fundamentais que a constituíam. Então, com base em que fundamentos o processo educativo se define? Aparentemente, estaria sendo definido pela representação que os professores fazem de seus alunos, configurada a partir do domínio propriamente escolar e de fontes externas. Esta representação estaria pautando o que «se faz» no liceu, exigindo uma nova configuração do papel docente, e até mesmo, uma nova maneira de se conceber a educação.